"Não quero
a boa razão
das coisas.
Quero
o feitiço das

palavras."

Manoel de Barros

26/01/2011

Lançamento





"De Corpo e Alma"
Willian Nascimento   

Editora Multifoco
Rio de Janeiro, 2011
                                    
O  lançamento foi no Espaço Multifoco, em 25/01/2010
Um sucesso merecido e uma excelente leitura para quem gosta de uma boa história envolvendo magia, romance, mistério e aventura!

Parabéns Willian!

20/01/2011

Um Brinde Borbulhante

Na agenda da vida - dia a dia, viver é:
Enamorar-se, encantar-se, rir à toa...
Chorar de prazer; um beijo roubado, "um abraço apertado,
Um sorriso dobrado"; fraqueza forte, sonhar acordado!
Ter 50 anos com alma de 50 e sentimento de sempre!
De janeiro a dezembro, de sol a sol, de lua a lua,
É... Cada dia:
Viver "namorante"
Num brinde borbulhante!

Ana M M Pereira - Litteris Editora, 2011
Nove linhas, infinita vida


Quatro estações cobrem minha agenda. Quantas estações fazem a minha vida?
Primavera: as flores que trazem cor, aroma e beleza.
Verão: o sol, a sincronia do nado no mar azul, sob o céu azul...
Outono: as folhas douradas da amendoeira - o tapete natural da minha caminhada.
Inverno: a manta da vovó, fininha, puída, rosa já pálido pelo tempo; tempo de infância, tempo de sonho e tempo de ser feliz!
Feliz sempre, porque já já é Primavera;
é só esperar, com esperança, com vontade,
com a certeza que depois vem o Verão,
e o Outono e... A Vida é vivida!

Ana M M Pereira - Litteris Editora, 2010

19/01/2011

 A Caixa de Ferramentas do Papai

    Papai viajou para o Céu há 30 anos.

    Não deixou bens materiais – um trabalhador assalariado aposentado por invalidez nesse Brasil Anil, não podia deixá-los.

    Várias são as lembranças, que bem podem rimar com heranças...

    Américo aprendeu a ler ninguém sabe como, mas não foi alfabetizado, não freqüentou escolas – aos 45 anos precisou de um “diploma” para ser promovido no estaleiro onde trabalhava como ‘marceneiro de primeira’! Eu entrei em ação: com 10 anos, já gostando de ler, metida a ‘salvar o mundo’ e apaixonada pelo meu rei – o português Américo – peguei folhas soltas, lápis, borracha e muita esperança e danei a pedir-lhe cópias... Sua leitura preferida eram os livrinhos de bolso da Editora Monterey – a agente da CIA, Brigitte Monfort, filha da espiã Gisele (no período da ocupação alemã de Paris / 2ª Guerra Mundial). Esse foi o ‘pulo’ para o diploma escolar e para a paixão pela leitura – a primeira e deliciosa herança.

    Papai também foi um encantador de crianças – transformava caixinhas, bolinhas, pedacinhos de madeira, cordões e cadarços em verdadeiros brinquedos de fazer sorrir todas as crianças que encontrava. Foi tio e depois avô de muitas, sem quaisquer parentescos – a segunda e singela herança.

    Como bom português - amante do vinho e, caRIOcando - amante do chope, do peixinho frito, dos passeios à beira-mar, dos blocos de carnaval, do restaurante ‘Rio Minho’ – a terceira, quarta, ... Heranças saborosas!

    Hoje, para o “simples” gesto de abrir uma garrafa pet, precisei recorrer ao bem mais material que papai deixou – a caixa de ferramentas. A razão dessas escrevinhações... Minha mãe pegou uma garrafa de 600 ml de coca-cola e achando que a sua avançada idade a tornara fraca para abri-la solicitou-me esse simples e rotineiro gesto.

    Vã tentativa! Tentei com a mão direita, tentei com a mão esquerda, peguei um pano de prato, levantei-me do sofá. Uma... Duas... Inúmeras tentativas e... Nem um chiadinho, nem um leve movimento... Pedi ajuda... 

    Nada! Até que sorrindo pensei: isso é trabalho para um bom alicate... “Neca de tibiribeca”...

    Fui até a caixa de ferramentas – minha herança valiosa – fucei até encontrar uma poderosa e imbatível arma de abrir garrafa pet...

    A chave de grifa do papai!!!!


Ah, esqueci de dizer que herdei um abridor de garrafas e o vício da coca-cola!

14/01/2011

                                         
                                              Saramago...

10/01/2011

Por Clarice Lispector

09/01/2011

07/01/2011



MUDANÇA
"Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. 
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros. Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus. Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda ! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!"
                                                                                                

CLARICE LISPECTOR
                                                                               

06/01/2011


 A beleza da mulher
 "Para lábios atraentes, fale palavras de bondade.
 Para olhos adoráveis, veja o bem nas pessoas.
 Para uma silhueta esbelta, divida sua comida com os famintos.
Para um cabelo bonito, deixe uma criança passar seus dedos por ele uma vez por dia.
Para postura, caminhe sabendo que você nunca caminha sozinho.
Pessoas, ainda mais que coisas, devem ser restauradas, renovadas, revividas, recuperadas e redimidas; nunca jogue ninguém fora.
Lembre-se, se você alguma vez precisar de uma mão, encontrará uma no final de seus braços.
À medida que você fica mais velha, você vai descobrir que você tem duas mãos, uma para ajudar a si mesma, a outra pra ajudar os outros.

A beleza da mulher não está nas roupas que ela veste, no corpo que ela carrega ou na maneira que ela penteia os cabelos. A beleza de uma mulher deve ser vista a partir de seus olhos, porque são a porta de entrada do seu coração, o lugar onde o amor reside.
A beleza de uma mulher não está na sua expressão facial, mas a beleza verdadeira de uma mulher está refletida na sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela mostra, e a beleza de uma mulher com o passar dos anos apenas cresce!”
Texto associado à Audrey Hepburn
          I
"Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
Os vultos ao sol daquelas árvores antigas…


O porto que sonho é sombrio e pálido
E esta paisagem é cheia de sol deste lado…
Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol…


Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo…
O vulto do cais é a estrada nítida e calma
Que se levanta e se ergue como um muro,
E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
Com uma horizontalidade vertical,
E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro…


Não sei quem me sonho…
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma…"

05/01/2011


Eu, Por Você



Eu me prometo, eu me dou, eu me troco:

Iluminada como a Lua
Radiante como o Sol    
Enamorada como as Estrelas
Intensa como a vida
Eu me prometo, eu me dou, eu me troco:
Perfumada como a rosa-flor
Alva como a Branca-de-neve  
Silenciosa como a brisa leve
                 que acaricia sua face
Fique atento:
Eu me prometo
Eu me dou
Eu me troco
Por você, para você, em você
Sem prometer-me, sem dar-me, sem trocar-me
Sem resistência, sem dúvidas
Sem certezas ou determinações
Receba-me!
Simplesmente, receba-me
Abra os braços num abraço
                         Invisível, sem preciso for
Apenas divagações
De um amor apaixonado
De um amor procurado
                        Não encontrado
Deu uma vida prometida
                       Trocada
                                Doada
                                        Eu
                                           Por você!
                     
 Ana M. M. Pereira - BRASIL POETA - Litteris Editora - 2010

04/01/2011

2011 ...Venha!

Foto: Ana Colla
2011 – sejas Bem Vindo!

Venha de mansinho como o Sol que se espreguiça no redemoinho...
Venha repleto de luz como a Lua em noite cheia...
Venha brilhando como a Estrela que nos guia...
Venha fértil como a Terra que nos sustenta...
Venha em abundância como a Água que nos dá vida...
Venha com todo o frescor como o Ar que nos faz voar...
No sonho a realizar! No abraço a acalentar!
No amor a apaixonar! Na festa a dançar!
Venha com gentileza que gentileza vai gerar...
Venha com educação que bom dia vai desejar...
Venha com saúde que estamos a precisar...
Venha com fé para não deixarmos de orar...
2011 - Venha! Eu estou a te espreitar... Com muita esperança no olhar!
Feliz Ano Novo!
Ana M. M. Pereira