"Não quero
a boa razão
das coisas.
Quero
o feitiço das

palavras."

Manoel de Barros

10/07/2011

Com Noel na Casa Moro - 'palpite' pra lá de feliz!

     Por ocasião do centenário de Noel Rosa (11 de dezembro de 2010), a Litteris Editora lançou o concurso NOEL ROSA em POESIA.

     Saudade?
    de Noel!!!!


Um desejo?

Estamos Esperando
 = Noel Rosa (1932) =

"Estamos esperando
Vem logo escutar
O samba que fizemos pra te dar
A rua adormeceu
E nós vamos cantar
Aquilo que é só teu
Que nos faz penar
Da tua voz tirei a melodia
E a harmonia eu fiz com teu olhar
Já estava perdendo a paciência
Quando roubei a cadência
Do teu modo de pisar
(Chega à janela...)
E este samba que fiz de parceria
Depois de feito não é dele nem é meu
Escuta o violão que está gemendo
Tuas cordas vão dizendo
Que este samba é só teu
(Até amanhã...)"

    Noel é Poesia... Melodia... Paixão... Boemia... Samba de primeira... Fossa e Ironia!

Monumento Noel Rosa, inaugurado em 22/03/1996, no bairro de Vila Isabel - terra de Noel! 
Noel aparece sentado numa cadeira de bar, com seu habitual cigarro entre os dedos, uma garrafa de cerveja e um copo sobre a mesa. Ao lado dele, uma cadeira vazia, convidando o visitante a senter-se para uma foto.   A paixão de Noel: Cigarros, Cerveja e Música. Em pé, ao seu lado, o garçom (fisionomia do pai) serve Noel. Sobre a mesa está uma lauda, também em bronze, com a letra do samba "Conversa de Botequim". A estátua é do escultor brasileiro Joás Pereira Passos.

Conversa de Botequim
= Noel Rosa / Vadico =
"Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada,
Um pão bem quente com manteiga à beça,
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada.
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol.
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol.
Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa.
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão.
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos.
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro.
Telefone ao menos uma vez
Para três quatro, quatro, três, três, três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório.
Seu garçom me empresta algum dinheiro,
Que eu deixei o meu com o bicheiro.
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente.
Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa..."

     Na última sexta-feira (08/07/2011) os autores selecionados foram convidados, pela Litteris, a festejar NOEL no lançamento da Antologia Literária. Foi uma noite de recital, música, autógrafos, muitos abraços, fotos e alegria na Casa Moro - Café & Cultura.


    "Noel Rosa, Noel da Vila Isabel, Noel do Rio de Janeiro, Noel do Brasil... Noel, poeta da Vila e da Vida. De todos nós". Autores de todo o Brasil estão presentes em "NOEL ROSA em POESIA. Poucos estiveram no lançamento - fisicamente, mas todos presentes em versos de puro sentimento. Alguns títulos: "Biografia", "Versos Quebrados de uma Verdade Inteira", "Quanta Saudade", "Convida-me - Eu Vou!", "O Feitiço de Noel Rosa", "Com que Roupa", "Uma Rosa Especial", "Rima Perfeita", "Virou Samba"...
Casa Moro - Café & Cultura: Pça André Rebouças, 9 / Tijuca "pertinho da Vila de Noel"
Sandra Serrado & André Henriques cantando Noel
 
Meu momento "Convida-me - Eu Vou!"

Autores entre Artur Rodrigues e Deucimar Cevolela - Editor Geral e Editor de Produção da Litteris
Artur Rodrigues entre 'mulheres que amam Noel'
     Convida-me - Eu Vou!
= Ana M M Pereira =

É festa na Vila do Céu
A orquestra já vai começar.
Pelo centenário de Noel,
Os Anjos se põem a cantar!

Aqui em Vila de Isabel,
A festa é feitiço de bamba,
Porque a Vila é do Noel
Rosa que vira samba!

Todo dia, de mansinho,
Chega sem ser convidado.
                                      Na mesa de bar faz seu ninho,
Ao garçom pede a caneta
                                  E manda recado ao vizinho:

Ouça o som do bandolim,
Sorva as gotas da imaginação
Um tiro certeiro - de festim
Acerta, pra sempre, meu coração

Não satisfeito com uma só vida,
Vive da palavra e não sabe o que diz.
Intenso, tenso, sem medida
Da música um eterno aprendiz!

De mansinho, de nota em nota,
Vem chegando a passista,
Vem a baiana e dá meia volta,
Fita o boêmio e a corista.

O asfalto vira pista,
O céu de estrelas é seu manto,
A Vila homenageia o sambista
Noel, poeta do pranto.

Do pranto de quem vacila
Quem, de paixão, é bacharel
Por Isabel, muda da Vila,
Desfolha a rosa e grita:
                       NOEL!

Noel, poeta perene,
Homem jovem de alma imortal,
Espera que meu pranto serene:
Convida-me, é carnaval!

Se Noel me convidar
                    Pra com ele compor e rimar
                                              Com que roupa?
                                                                       Não sei.
                                                                                                      Eu vou!

  
     No deck da 'Casa Moro - Café & Cultura'... Em noite de Noel - uma mesa no canto... 'Bateu saudade' e peço licença pra cantar essa saudade com a canção "Naquela Mesa" - uma declaração de saudade de Sérgio Bittencourt para seu pai - Jacob do Bandolin:

 Naquela Mesa
= Sérgio Bittencourt =


"Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre, o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias,
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor.

Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã.
E nos seus olhos era tanto brilho,
Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa no canto, uma casa e um jardim.
Se eu soubesse o quanto doi a vida,
Essa dor tão doída não doía assim.

Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguem mais fala no seu bandolim.
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim."

'Calçada Musical' - Vila Isabel - Rio de Janeiro / RJ
"...Eu já chamei você pra ver / Você não viu porque não quis / Quem é você que não sabe o que diz?..." - Noel Rosa e Araci de Almeida em PALPITE INFELIZ!


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