"Não quero
a boa razão
das coisas.
Quero
o feitiço das

palavras."

Manoel de Barros

14/03/2011

Hoje é DIA da POESIA, vamos viajar.

14 de março é o Dia Nacional da Poesia - A arte de escrever versos


        "A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. "Poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice"... Num contexto mais alargado, a poesia aparece também identificada com a própria arte, o que tem razão de ser já que qualquer arte é, também, uma forma de linguagem (ainda que, não necessariamente, verbal).

        O Dia  Nacional  da  Poesia - 14 de março -  foi instituído  em  homenagem  ao  grande poeta brasileiro Antonio Frederico de  CASTRO ALVES, dia do seu nascimento.

      Castro Alves - "O Poeta dos Escravos" por sua luta pela abolição da escravatura / sua poesia abolicionista  deu-nos "Espumas Flutuantes", "O Navio Negreiro"...

     Nesse 14 de março penso em homenagear Manuel Bandeira, Pernambucano (de Recife). Nos idos anos da minha adolescência ouvi um amigo de trabalho declamar: ..."Vou-me embora pra Pasárgada...

      Curiosa e apaixonada por literatura e poesias procurei todos os registros referentes. Encontrei e me apaixonei - Manuel Bandeira, lendo o escritor grego Xenofonte, descobriu a palavra "PASÁRGADA", tratando-se de uma cidadezinha provinciana ao sul da antiga Pérsia. Para o poeta, foi aí o paraíso terrestre, com tanta felicidade que inspirou o famoso poema "Vou-me embora pra Pasárgada", publicado pela primeira vez no seu livro "Libertinagem": em 1930. Eis a razão do nome PASÁRGADA.



Escultura de Manuel Bandeira na ABL/RJ
      Decorei os versos e na minha caminhada venho declamando, cantando, sussurrando:


VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada."

       No ano de 2009 vi uma pequena nota sobre um prêmio literário em homenagem à Manuel Bandeira. A Editora Litteris iria homenagear o grande Manuel Bandeira e os participantes deveriam enviar poemas para compor o livro UMA VIAGEM PRA PASÁRGADA - enviei a minha homenagem apaixonada:



EM PASÁRGADA, RAINHA DE MEU REI

Ah, desde sempre sonhei
Com Bandeira de guia, tremulante,
Pra Pasárgada com Manuel irei
Sem saber ainda o amor – Amante! Avante!

Cá me chegam as tristezas
As lágrimas do não vivido
Os anseios das incertezas
No caminho ora esquecido.

O acaso, Manuel me dará
O destino, Pasárgada avistou,
O amor, quem é? Quem será?
Em seus braços, prá lá eu vou.

Chegando à rua vazia, sombria
Uma luz surge adiante,
Já foi noite, agora dia,
Antes muda, agora cantante.

Abra a porta, Manuel amante
Abre alas, mestre-sala da vida
Receba-me, saudade agonizante
Em teus braços, atrevida:

Dançarei a dança do Fogo,
Da Lua, da Água, do Vento,
Da Mata, do Sol, do sensual jogo
Das Flores, das Cores, do encantamento.

Saciada, eu voltarei.
De Pasárgada, enfim voltarei!
Rainha, altiva, sem meu Rei.
Manuel, do sonho eu acordei!
Tudo que tenho, lá eu deixei!

Ana M M Pereira -  Litteris, Ed. 2009 (lançado na Bienal - RJ)

           Para Renata Carneiro de Holanda - a querida Re - pernambucana como Manuel Bandeira  - do blog TecerGirassois - http://tecergirassois.blogspot.com/


          Quiçá um dia chego de mansinho na terrinha de Manuel Bandeira e da Re pra conhecer o Espaço Pasárgada - Casa de Manuel Bandeira!


Espaço Pasárgada - FUNDARPE/PE

              Minha amiga Re, do blog TecerGirassóis , exaltou o poeta da minha cidade, Vinícius de Moraes.



            Numa demonstração carinhosa, Eu canto sobre Recife, e ela, Rio de Janeiro.
Visitem, também, o dia da poesia do TecerGirassois

 



          Quem comentar aqui e lá (TecerGirassois) vai concorrer e pode ganhar, um regalo surpresa!

Que cada DIA de POESIA seja mais um dia de alegria, leituras, aprendizado e sonhos!

 
Bjão carinhoso.

 

3 comentários:

  1. Dia de poesia ou de leitura, seja la qual for, é todo dia! :D

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  2. Ah!muito legais as homenagens! Gostei da sua poesia para Pasárgada! ^^ legal saber que lá em PE tem um centro do Manuel *-*
    beijos!

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  3. OIE!!!

    http://serendipityhw.blogspot.com/

    Este é meu novo blog!
    O anterior foi excluído devido a pessoas de má fé!
    Troque constantemente sua senha viu?!
    Beijão.
    Felicidade e paz!
    Maravilhoso estar aqui!
    Namastê!

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